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Laparoscopia no trauma: devagar ou rápido demais?

O diagnóstico de lesões traumáticas passou por profundas mudanças no último século. Várias modalidades diagnósticas foram introduzidas e testadas, incluindo o lavado peritoneal diagnóstico (LPD), exploração local da ferida, o ultrassom abdominal (FAST) – com sua modalidade estendida (e-FAST) – e a tomografia computadorizada (1). 

Apesar da variedade de ferramentas, a laparotomia exploratória (LE) tem sido a abordagem tradicional para cirurgias de manejo do paciente vítima de trauma. Apesar da vantagem em ser uma modalidade diagnóstica e terapêutica, essa intervenção apresenta um grande número de laparotomias não terapêuticas (2), com altas taxas de morbidade e mortalidade (3,4).

Diante dessa realidade, alternativas foram se desenvolvendo, buscando estratégias menos invasivas, com menor trauma cirúrgico ao paciente já bastante debilitado pela doença “trauma” (5). A clássica laparotomia exploradora cedeu, parte do espaço, para as modalidades não operatórias (TNO) ou “conservadoras” e para a laparoscopia, permanecendo a LE incontestável no paciente grave com instabilidade hemodinâmica e indicação cirúrgica imediata.

Através da seleção criteriosa de pacientes, grandes centros de trauma mostraram bons resultados no tratamento conservador de pacientes com trauma abdominal contuso, apresentando estabilidade hemodinâmica, lesão de órgãos sólidos, sem lesão de vísceras ocas (6,7). Em pacientes vítimas de trauma abdominal penetrante, o tratamento não operatório é seguro (em pacientes selecionados). Porém, essa seleção é excessivamente específica e requer uma equipe de cuidado e serviço de trauma adequado. Além disso, apesar dos avanços da tecnologia de imagem, a maior ocorrência de apresentação tardia de lesão de vísceras ocas pode comprometer essa modalidade de tratamento, levando a falha do TNO (8,9).

Outra alternativa, descrita pela primeira vez como “celioscopia” exploratória, teve a primeira experiência com pacientes vítimas de trauma em 1925, (10) e a prática da laparoscopia nessa população continuou a surgir na literatura durante as décadas seguintes. Os anos 1980 foram um período de crescente publicação e produção científica no assunto, pois surgia uma modalidade que ocupava o espaço deixado pela LE não terapêuticas e pelo TNO com dúvida diagnóstica ou falha no manejo....


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